Grandes e complexos problemas resolvidos através de soluções inovadoras construídas pela tecnologia. Essas são as deep techs, empresas fundamentais para o desenvolvimento de uma região, país ou mesmo do planeta.
As deep techs foram o tema do primeiro painel do palco sob responsabilidade do BH-TEC, hoje (5), na estrutura batizada de Praça Sete.
“As deep techs são um dos caminhos para colocar o Brasil na frente nessa corrida tecnológica para desenvolvermos a sociedade como um todo, como uma indústria de alta complexidade, de alta tecnologia”, reforçou o CCO da FabNS, Taiguara Tupinambás, mediador da mesa.

FabNS é uma empresa de base tecnológico sediada no BH-TEC responsável por exportar um nanoscópio para Alemanha, ou seja, fazer o caminho inverso que tradicionalmente ocorre no Brasil – importar instrumento científico de ponta.
O painel foi composto pelos especialistas:
- Wadson Ribeiro – gerente do Departamento Regional do Centro Oeste da Finep
- Daniel Sarquis – sócio da Mergus Ventures
- Átila Bittencourt – head de Novos Negócios do CESAR (Centro de Inovação e Conhecimento do Brasil)
- Mariana Santos – diretora-executiva da InnoVec
Confira um relato de cada palestrante:
Wadson Ribeiro
Achei de suma importância essa mesa e representar a Finep nessa mesa sobre deep techs. A Finep, no âmbito da 5ª Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, formulou uma política que visa apresentar à sociedade uma espécie de arcabouço para as deep techs no Brasil, isso depois gerou outro seminário, o 1º seminário da Finep, com a temática das deep techs.

Isso é muito importante porque o Brasil tem investido muito na sua política industrial, com a nova indústria Brasil, mas também investido muito em inovação tecnológica, sobretudo em instrumentos como as deep techs, que estão na fronteira tecnológica.
É possível pensar em um Brasil plenamente desenvolvido, no pleno da palavra, sem termos muitos investimentos em inovação e tecnologia. As deep techs são instrumentos fundamentais para o Brasil alcançar esse patamar.
Daniel Sarquis
Eu acho que a gente tem um ecossistema muito bom, as pessoas são espetaculares, os cientistas, uma área muito complexa mesmo a ser desenvolvida. A gente tem que ter uma visão, um mindset mais de negócios, então, foco em negócios, em sair da academia, esquecer, tirar esse mindset do cientista e transformar ele num empreendedor, num vendedor, eu acho que é importantíssimo.

E, obviamente, para a gente se blindar um pouco desse risco que a gente tem, tanto jurídico, quanto de flutuação de moeda e tudo mais, pensar em construir negócios globais.
Liquidez no exterior é inevitavelmente maior, vai ser nas próximas gerações, a gente sabe disso. Então, a gente tem que aproveitar das cabeças que a gente tem aqui e construir negócios globais, acho que é bem isso, e pensados para o futuro do mundo.
Átila Bittencourt
O objetivo do painel foi discutir os desafios do que acontece com as deep techs e como elas fazem para tanto captar recursos como também ter a consistência de manter ao longo prazo o ritmo de pesquisa, inovação, com apoio de fomento, com apoio sem ter receita associada.
Então, o startup digital que a gente chama rapidamente consegue gerar receita e ela consegue se sustentar.

No caso das deep techs, existe esse desafio e a gente pede paciência, resiliência que lá na frente vai valer a pena, quando você tiver uma série de patentes, tiver o seu mercado protegido, você vai colher seus frutos, vai ter um multiplicador e você vai conseguir ter um índice de sucesso lá na frente.
O painel foi excelente. Taiguara é um excelente anfitrião, então os painelistas também teve uma ótima interação. Cada um de um segmento diferente, o representante da Finep, alguns startups, o Cesar, enquanto Inovação que investe em educação, investe em soluções robustas e investe em startups.
Mariana Santos
Foi um painel bastante interessante sobre Deep Techs, que é um assunto muito importante, estratégico, a gente está falando de empresas que têm alto conteúdo tecnológico, que trabalham na fronteira, que seus produtos precisam estar sendo redesenhados o tempo inteiro, tem uma grande exigência de P&D.

E aí o grande lance é que tem muitos desafios aí para essa empresa chegar no mercado, tanto pela estrutura industrial brasileira, que é de uma industrialização tardia, então o mercado tem dificuldade de absorver tecnologias mais sofisticadas, quanto do ponto de vista do investimento que é necessário para essas empresas chegarem no mercado, para atravessar o que a gente chama do vale da morte.
Então o painel trouxe um pouco dessas nuances, de falar um pouco das vantagens, da importância, tanto como as deep techs são estratégicas para o desenvolvimento tecnológico e do mercado brasileiro e até para resolver problemas complexos da sociedade brasileira.
E por outro lado quais são os desafios para ampliar e aumentar o impacto dessas empresas no nosso país. Acho que o painel trouxe um pouco isso, trouxe a visão do empreendedor, do capitalista de risco, do empreendedor de tecnologia, do fomento, e então eu acho que foi um painel bastante rico nesse sentido.