Como separar, onde levar, que dia o caminhão passa, por que descartar seletivamente em vez de só descartar. Muitas perguntas são feitas quando se trata da destinação correta do lixo, o que inclui a coleta seletiva. A postura adequada, no entanto, é simples e as motivações são diversas: de contribuir para um futuro possível a evitar de levar uma multa que pode chegar a R$ 16 mil.
A partir de agora, nesta reportagem, você vai conferir os principais pontos sobre gestão de resíduos e ter as respostas para as suas dúvidas. O conteúdo faz parte do sustenTEC, campanha lançada pelo BH-TEC focada na educação e conscientização ambiental.

A coleta de resíduos é fundamental para o funcionamento da cidade – sem essa ação, a sociedade se tornaria insustentável. Em Belo Horizonte, existem algumas modalidades de descarte que podem ser realizadas pela população, entre as quais se destacam a coleta indiferenciada, quando não existe nenhum tipo de separação prévia, e a coleta seletiva, caracterizada pela separação dos resíduos.
O descarte ‘comum’
Para entender melhor, a coleta indiferenciada é a mais convencional, aquela em que todos os resíduos ficam juntos, colocados no saco de lixo e descartados. A SLU (Superintendência de Limpeza Urbana) é a empresa responsável pelo recolhimento desses resíduos realizando a coleta em diferentes dias, dependendo da sua região.
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O caminhão passa habitualmente em dois períodos do dia: diurno, das 7h às 8h, e noturno, das 19h às 20h. E aqui já entra um ponto que muita gente não sabe: se você colocar o lixo na rua fora dos horários programados para a coleta rende multa! E a sanção, no caso mais grave, pode chegar a R$ 16 mil.
“Colocar no horário adequado evita que os lixos sejam mexidos ou rasgados, que bicho mexa. Quando chove, corre o risco desses resíduos serem levados pela correnteza. Com o horário sendo respeitado, essa chance de ter resíduo espalhado na via diminui consideravelmente”, explica Kryscia Palhares Napoli Affonso, chefe do Departamento de Políticas Sociais e Mobilização da SLU.
Se em frente ao seu prédio não tem aquela estrutura para colocar o lixo dentro – chamado de suporte fixo -, pode colocar na calçada mesmo.
E se eu trabalho na hora da coleta?
Se você trabalha ou tem algum outro compromisso no período em que o caminhão passa na sua rua, o que fazer? A SLU lançou neste semestre um projeto-piloto justamente para esse público: o plano de descarte de lixo em contêineres.
O objetivo é evitar que os sacos com resíduos fiquem expostos nas calçadas durante o dia. Ao todo, 50 coletores especiais com tampa foram distribuídos em 22 pontos do Hipercentro de Belo Horizonte.

“A gente detectou que ali era um dos focos onde as pessoas expunham resíduo fora do horário. E aí, na tentativa de coibir esse movimento das pessoas, a gente colocou esses contêineres para que elas disponham e lá acontece a coleta automatizada”, conta Kryscia.
Esses pontos são monitorados por câmeras, para identificar eventuais infrações. O plano da gestão municipal é fazer o teste por cerca de 5 meses e, então, ampliar para outras regiões da cidade.
Bora separar os nossos resíduos?
Embora existam avanços no processo de coleta indiferenciada, todos esses materiais são direcionados para aterros sanitários, gerando gases, que são grandes influenciadores no aumento da temperatura. Além disso, os aterros ocupam grandes áreas verdes, que precisam ser desmatadas para a sua construção.
Visando mais sustentabilidade e cuidado com o meio ambiente, existe um caminho melhor para o descarte dos resíduos: a coleta seletiva.
Tudo sobre coleta seletiva
A coleta seletiva é caracterizada pela separação prévia de resíduos conforme sua composição, essa composição pode ser separada entre dois grandes grupos: os resíduos perigosos e os não perigosos.
Os resíduos perigosos possuem diversas classificações que variam em seus graus de periculosidade, sendo os mais perigosos gerados, principalmente, na indústria. Em uma definição mais clara, o resíduo perigoso é aquele que apresenta característica tóxica, corrosiva e risco eminente à saúde.
Os materiais mais comuns no cotidiano, como pilhas e baterias, possuem uma adequada para descarte seguro.

“Esses resíduos têm uma logística reversa: ou seja, precisam voltar para essa cadeia que o fabricante iniciou. Tanto a lâmpada quanto a pilha, os próprios fabricantes também têm essa obrigação de receber esses resíduos de volta para dar a destinação correta, reciclagem ou a forma como eles entendem que dá para aproveitar esse resíduo”, relata Kryscia.
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A SLU não faz o recolhimento desse tipo de lixo, contudo existem empresas licenciadas para o recolhimento, você pode dar uma olhada clicando aqui.
Um descarte seguro desses materiais evita a contaminação do meio ambiente por metais pesados e tóxicos, preservando, não só da natureza, mas também da saúde humana.
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Papel, plástico, metal… E os resíduos do dia a dia?
Os resíduos não perigosos são os mais comuns e englobam itens como papéis, papelão, plásticos, metais entre outros. A coleta seletiva é de suma importância para a reciclagem desses materiais.
“Quanto mais resíduos a gente consegue reutilizar ou reciclar, menos lixo – ou rejeito – é enviado para o aterro sanitário e menos impacto é gerado ao meio ambiente. Outro ponto importante é que a coleta seletiva estimula o descarte nos locais corretos, o que evita poluir o meio ambiente. E garante mais higiene”, explica Márcia Sousa, especialista de Sustentabilidade do BH-TEC.
O processo para o descarte começa logo após o consumo: realizar a separação dos produtos e destiná-los de acordo com a lixeira correta. Atualmente, as lixeiras para coleta seletiva no Brasil são separadas por cores:
- Azul: papel e papelão
- Vermelho: plástico
- Amarelo: metal
- Verde: vidro

Como reciclar corretamente?
Passo 1: Passar uma água
Para resíduos que entram em contato com a comida, é necessária uma limpeza prévia. Mas o quão limpo é preciso que o material esteja? As embalagens não precisam estar esterilizadas, mas é fundamental uma limpeza básica, como um enxague com água, para a retirada do excesso de comida, óleo ou gordura.
Em caixas de pizza e papéis sujos de molho, a parte engordurada prejudica o processo de reciclagem, entretanto, é possível separar as partes sujas e reciclar somente as partes que não entraram em contato com o alimento.
A limpeza evita a proliferação de bactérias e de outros animais não desejados, além de reduzir os odores nos centros de reciclagem.
Passo 2: Amassar ou dobrar
Tudo separado e limpo, é necessário diminuir o espaço que esses resíduos vão ocupar. Amassar as latinhas e as garrafas e dobrar os papelões já é o suficiente para otimizar o espaço que esses materiais ocupam.
Em relação a materiais cortantes, como cacos de vidro, é necessário uma embalagem que não permita a perfuração, assim evitando acidentes com os coletores. Inclusive, pode-se utilizar garrafas PET para embalar os cacos, sendo necessário a identificação que dentro da garrafa existe material cortante.
Passo 3: Tudo no mesmo saco
Após os processos de separação e preparação do resíduo, é preciso colocar tudo em só um saco, não é preciso organizar em sacos diferentes por tipo de material, pois a separação é feita nas cooperativas onde os resíduos são enviados.
Os catadores são contratados pela SLU e realizam todo o processo, juntamente com o gerenciamento da empresa.
Em Belo Horizonte, existem duas modalidades de coleta seletiva: a porta a porta e a ponto a ponto.
Porta a porta
O processo para o recolhimento é similar à coleta do resíduo indiferenciado. O lixo deve ser colocado na rua no horário adequado e o caminhão faz o recolhimento. A coleta porta a porta ainda é um desafio em Belo Horizonte e é realizado em alguns bairro da capital.
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Ponto a ponto
A fim de ampliar o alcance da coleta seletiva, a SLU elaborou os “Pontos Verde”: tratam-se de um lugar específico em que o resíduo selecionado pode ser levado e descartado.
Com mais de 80 Pontos Verde espalhados pela capital, o descarte é um pouco diferente e mais fácil.

Não é preciso embalar o resíduo com sacos plásticos e não há necessidade de seguir um dia ou horário, naqueles que se encontram em locais públicos. Desse jeito, é só inserir os materiais diretamente no contêiner.
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BH-TEC e a coleta
O Parque Tecnológico também conta com o Ponto Verde, perto da passarela para a entrada para o prédio institucional. O Ponto Verde é um grande incentivo a coleta seletiva e é uma excelente alternativa para o descarte de maiores volumes.
Vale ressaltar que o Ponto Verde localizado no Parque é destinado especialmente para facilitar o descarte de resíduos produzido no BH-TEC.
“Com o descarte seletivo, garantimos uma maior taxa de reciclagem e reutilização de produtos e embalagens; estimulamos a cadeia da reciclagem; e evitamos o envio para o aterro sanitário. Por exemplo, se eu descartar o papel junto com restos de alimentos, o papel será contaminado e, assim, não poderá ser reciclado”, reforça Márcia, antes de concluir:
“Quando fazemos o descarte não seletivo, estamos jogando “no lixo” os materiais que voltem voltar para a cadeia produtiva”.

O BH-TEC conta com uma grande infraestrutura para o descarte seletivo de resíduos: por toda a expansão, é possível encontrar lixeiras e locais corretos para realizar o descarte. A coleta seletiva, além de influenciar no ambiente de trabalho, também colabora com a saúde da área verde do Parque.
“O estímulo à coleta seletiva incentiva o cuidado com o ambiente, o que é muito importante, pois o Parque tem áreas de mata, com a presença de animais silvestres que podem ser impactados pela poluição, em caso de descartes incorretos de resíduos”, conta a especialista de Sustentabilidade do BH-TEC.
Resíduos perigosos no BH-TEC
Todos os resíduos gerados são de responsabilidade dos respectivos geradores – inclusive, ou especialmente, em relação ao perigosos.
A coleta seletiva é um passo importante para uma sociedade mais sustentável, mas isso não pode ficar só dentro do Parque. A continuação das boas práticas realizadas no BH-TEC é vital para uma cidade mais limpa e renovável – preservando, assim, o meio ambiente.





