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Palestrantes da mesa sobre transição energética no plano principal

Transição energética reforça vanguarda brasileira e oportunidades: ‘Revolução na própria economia’

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“A gente precisa fazer dessa capacidade uma revolução dentro da nossa própria economia”. A frase da moderadora da mesa responsável por fechar o CIS 24 resume o propósito do debate focado em transição energética e agricultura.

“Estamos em um país considerado uma das potências em biocombustíveis. Somos o segundo maior produtor de biodiesel: a nossa transição, de certa forma, por termos uma matriz tão limpa, já foi feita”, afirma Vânya Pasa, fundadora e coordenadora do Laboratório de Ensaios de Combustíveis da UFMG.

“Como já sabemos e somos autoridades nessa área, a gente precisa fazer uma revolução: os biocombustíveis são uma oportunidade para fazer uma matriz mais limpa, e também para fazer exportação, gerar emprego, renda e riqueza”, complementa a autora da frase que abre esta reportagem.

Vânya Pasa fala durante o CIS 24
Professora da UFMG e fundadora de laboratório, Vânya Pasa foi a mediadora da mesa | Alexandre Araujo/BH-TEC

Além de Vânya Pasa, que representa as universidade no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), a mesa contou com as seguintes referências no tema:

  • Bruno Laviola (Embrapa Agroenergia)
  • Jadir Oliveira (SIAMIG)
  • Fábio Raya (Unicamp)
  • Felipe Morbi (S.Oleum)

Sustentabilidade como pilar principal

O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento na Embrapa Agroenergia, Bruno Laviola, abriu as apresentações reforçando o papel da transição energética: “prepara o mundo para as mudanças climáticas”.

Bruno Laviola, da Embrapa Agroenergia, fala durante o CIS 24
Bruno Laviola, da Embrapa | Alexandre Araujo/BH-TEC

“E a agricultura, sem dúvida alguma, vai ter papel fundamental como força motriz para que o Brasil tenha uma transição energética segura, com suprimento energético, e, claro, considerando a sustentabilidade como pilar principal”, afirmou em trecho da palestra.

Confira a explanação na íntegra aqui.

Vanguarda que protege

O gerente ambiental da SIAMIG (Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais), Jadir Oliveira, apresentou uma contextualização histórica do etanol no Brasil – e seu impacto positivo.

Jadir Oliveira, da SIAMIG, fala durante o CIS 24
Jadir Oliveira, da SIAMIG | Alexandre Araujo/BH-TEC

“A transição energética começou em 1975, com instituição do Proálcool. A ideia era a preocupação econômica, muito mais do que sustentabilidade. Eu tinha acabado de entrar na faculdade com a convicção de que o mundo mostrava pra gente que o petróleo acabaria em 2000”, afirmou o gerente.

Oliveira também exaltou o papel de vanguarda brasileiro, com a tecnologia flex para automóveis, que evitou mais de 600 milhões de toneladas de CO2 nos últimos 20 anos, conforme dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA).

Congressista capta imagem da mesa sobre transição energética no CIS 24
Auditório ficou lotado por mais de 2 horas de palestras e debate | Alexandre Araujo/BH-TEC

“O etanol de milho já vai produzir na safra 23/24 quase 6 bilhões de litros, algo impressionante. É uma realidade extremamente confortável em termos de transição energética, o que propicia uma série de oportunidades”, reforçou Jadir Oliveira.

Confira a fala na íntegra aqui.

Como substituir o petróleo?

“Quando a gente fecha a trilogia da biomassa: cana-de-açúcar, macaúba e agave”. Essa é a resposta para o questionamento acima de Fábio Raya, pesquisador da Unicamp e representante do Programa Brasileiro para o Desenvolvimento do Agave (BRAVE).

Fábio Raya, da Unicamp. fala durante o CIS 24
Fábio Raya, da Unicamp | Alexandre Araujo/BH-TEC

O estudioso detalhou o projeto que promove o agave “como se fosse uma espécie de cana-de-açúcar do sertão”.

“O CIS 24 foi muito rico até porque Minas Gerais tem uma área de semiárido muito significativa e estar aqui, com tantos profissionais qualificados, parecia até que a gente combinou as palestras. Foi uma complementação”, avaliou Fábio Raya.

Veja a palestra na íntegra aqui.

15 vezes mais que a soja

O responsável por fechar as explanações foi Felipe Morbi, cofundador e vice-presidente da S.Oleum.

Morbi apresentou a macaúba, “uma palmácea brasileira presente em diversos biomas, como Cerrado e Mata Atlântica”.

“A macaúba entra sustentando todo esse sistema porque a demanda por óleo vegetal é muito grande. Demanda não é limitante. E por que entendemos que faz sentido com outras culturas?”, provocou o especialista.

Felipe Morbi, da S.Oleum, fala durante o CIS 24
Felipe Morbi, da S.Oleum | Alexandre Araujo/BH-TEC

Na resposta, o cofundador da S.Oleum citou questão técnica, por acumular ganhos em relação a pragas e doenças; ambiental e econômica – macaúba produz a partir do quinto ano, enquanto outras culturas já geram receita a partir do primeiro.

“Um projeto que entrega o que todos querem”, cravou, antes de mostrar que a macaúba gera 15 vezes mais óleo por hectare do que a soja.

Confira toda a apresentação aqui.

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