Compreender o mundo de forma crítica, refletindo sobre as mudanças climáticas, os desafios sociais e o papel da ciência e da inovação nisso tudo. Esse é o propósito da Jornada Científica de Inovação Sustentável, projeto do Centro de Inteligência em Sustentabilidade do BH-TEC, o CIS, que chega à terceira edição expandindo a conexão entre pesquisa científica e a educação básica.
“A Jornada é uma ação como forma de popularização da ciência. O CIS tem essa meta de aproximar o conhecimento científico do ensino básico, como parte de uma estratégia maior de impacto tecnológico e social”, explica Wallace Carrieri, coordenador da Jornada Científica.
“O objetivo é fazer a ponte entre o que é produzido por pesquisadores ou empreendedores de base científica e a sociedade. Nada como começar atingindo a base, que são os estudantes da escola básica”, diz Wallace.

Neste ano, quem embarca nessa jornada é a turma do 9º ano da Escola Municipal Professor Hilton Rocha, no Barreiro.
Das escolas particulares as públicas
A Jornada Científica inicia, em 2025, a terceira temporada. Na primeira edição, os contemplados pelo programa foram estudantes do Instituto Casa Viva de Educação e Cultura. Já no ano passado, a parceira foi a Escola Municipal Monsenhor Artur De Oliveira.
“A Jornada já teve três edições. A primeira com escola particular, mas nas duas últimas conseguimos atingir nosso principal objetivo, que é trabalhar com a escola pública. A ideia é abrir as portas não só do BH-TEC, mas da própria universidade, especialmente para quem está na periferia”, conta o coordenador.
ODS 13: Ação pelo clima

A cada ano, a Jornada escolhe um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU como tema central. Em 2025, o ODS 13 — Ação contra a mudança global do clima — será o foco das atividades com os estudantes.
“A jornada nasce dentro do CIS. Então, sempre se baseia nos temas atuais de sustentabilidade. O ODS 13 foi escolhido também porque este ano o Brasil vai sediar a COP 30, ou seja, a discussão climática vai estar em destaque”, diz Wallace.
Mais do que informar, a Jornada quer estimular o pensamento crítico dos jovens sobre os impactos ambientais e sociais das mudanças climáticas.

“A gente quer problematizar essa discussão, trazer esse tema com vários pontos de vista, como forma de preparar para as mudanças — queremos mostrar que o clima tem variabilidades naturais e antrópicas — e que as mudanças, sejam elas quais forem, atingem primeiro os mais pobres”.
Primeira parada: BH-TEC
A Jornada combina encontros semanais na escola com visitas a espaços científicos e tecnológicos. A primeira visita já aconteceu: os alunos passaram uma tarde no Parque Tecnológico de Belo Horizonte, conhecendo duas empresas residentes, a FabNS e a Ecovec.

“Eu estou muito orgulhosa de estarmos aqui fazendo nossa primeira visita. Nossas expectativas estão muito altas. Esperamos que os estudantes possam entender o que um parque tecnológico tem a oferecer como base científica” , diz Geisiane Ferreira, coordenadora da Escola Municipal Professor Hilton Rocha.
Além do BH-TEC, os alunos também visitarão espaços da UFMG ao longo do projeto, experiência que tem grande impacto nas perspectivas de futuro dos estudantes.
“Eles trazem feedbacks dizendo que conhecer a universidade amplia o horizonte, mostra algo que eles podem acessar no futuro”, conta o coordenador, Wallace Carrieri.
Participação que vem do interesse

A adesão ao projeto é totalmente voluntária, e muitos alunos se engajam mesmo sem obrigação. Neste ano, a Jornada foi incorporada à rotina dos estudantes da escola integrada, mas o entusiasmo extrapolou os limites da grade escolar.
“Ninguém é obrigado a participar. A escola vinculou a Jornada aos alunos da escola integrada, que já ficam no contraturno. Mas, pra nossa surpresa, nem todos que aderiram estavam na escola integrada — teve estudante que quis ficar no turno da tarde só para participar do programa”, conta Wallace.

A escolha da escola também veio de forma espontânea: a própria equipe da Hilton Rocha procurou o CIS após conhecer o projeto nas redes sociais.
Expectativas altas
A curiosidade e a empolgação já tomaram conta da turma.
“Quero aprender várias coisas diferentes.”
— Vitória Aparecida, 14 anos.
“Eu acho que vai ser muito legal e interessante esse projeto.”
— Kamilly Vitória, 14 anos.
“Eu espero que eu possa aprender várias áreas.”
— Glayce Kelly, 14 anos.
“Eu gostei muito de conhecer o BH-TEC.”
— Samuel Dias, 14 anos.
E assim começa a Jornada Científica de Inovação Sustentável 2025! Acompanhe a cobertura completa do projeto nos canais do BH-TEC.