O MatchDay deste mês recebeu pesquisadores especializados em descarbonização de várias universidades mineiras – e até mesmo de centro internacional. O evento do BH-TEC que conecta a academia a indústria também acolheu representantes do mercado com interesse nesse fundamental processo.
Além da fundadora e coordenadora do Laboratório de Ensaio de Combustíveis (LEC) da UFMG e integrante do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), Vânya Pasa, o MatchDay teve entre os pesquisadores um convidado estrangeiro.
Dattatray J. Late, cientista e professor do CSIR (Laboratório Nacional de Química de Pune, na Índia), compartilhou os conhecimentos com os presentes no evento, realizado no dia 10.
“Descobri que materiais biogênicos têm uma aplicação muito vasta, como, por exemplo, na agricultura, na indústria de dispositivos eletrônicos, podem ser usados na tecnologia de sensores, além de outras áreas”, resumiu o pesquisador indiano.
Late reforçou, ainda, a necessidade de avanços, testes e regulamentações desses materiais biogênicos, já que muitos ainda não foram explorados.
“Tive a satisfação de vir aqui no MatchDay pra mostrar os nossos trabalhos e conectar com outros parceiros e potenciais colaboradores. Excelente iniciativa, espero que Minas Gerais aproveite toda essa competência que está sendo mostrada aqui”, reforçou Pasa, uma das principais referências no assunto do país.
Minas na vanguarda
Além de Pasa e Late, pesquisadores de outros cantos de Minas Gerais apresentaram os desenvolvimentos.
Jenaína Soares, professora no Departamento de Física da Universidade Federal de Lavras, compartilhou pesquisas realizadas com nanomateriais e materiais carbonosos.
“O intuito aqui foi mostrar algumas tecnologias que podem ser passadas para empresas, especialmente na questão de estoque de carbono no solo. E também em novas tecnologias de como trabalhar esses materiais pra gente ter uma energia sustentável para agricultura, por exemplo”, afirmou.
Outro professor da mesma universidade, Raphael Longuinhos, também foi um dos palestrantes.
“Apresentei uma vertente mais teórica baseada em simulações de materiais reais, que eu acredito que pode ajudar na compreensão de problemas abertos da indústria, fora da academia”, pontuou.
Por fim, a analista de Inovação da Sociedade de Investigações Florestais (SIF), Ester Reis, reforçou a importância da conexão entre academia e indústria/mercado.
“Levar de fato a tecnologia que a academia está produzindo pro mercado e mostrar caminhos de como a gente consegue principalmente financiar isso e agregar valor”, exaltou.