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Estudantes observam lâmina de vidro em visita a laboratório da UFMG

Jornada Científica 2024 chega ao fim após visitas a laboratórios, inspirações e sementes: ‘Para um mundo mais sustentável’

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“O mais importante é plantar essa semente, essas novas reflexões que o mundo tem pedido, para um mundo mais sustentável, com menos poluição e mais responsabilidade individual”. A frase da professora Vanessa Martins sintetiza o objetivo da Jornada Científica de Inovação Sustentável, que chega ao fim da segunda edição nesta semana, com o evento de encerramento nesta sexta-feira (6), no BH-TEC.

O programa criado pelo Centro de Inteligência de Sustentabilidade do Parque, o CIS, tem como principal objetivo conectar estudantes à ciência, tecnologia e inovação. Para isso, uma série de atividades e vivências são realizadas ao longo do ano com um grupo de alunas e alunos que demonstrem interesse.

“A Jornada foi uma das melhores experiências da minha vida”, define a Giovanna Silva Aguiar, uma das estudantes que participou do programa. Em 2024, participaram estudantes do 8º ano da Escola Municipal Monsenhor Artur de Oliveira, na região Noroeste de Belo Horizonte.

Estudantes participam – e se inspiram – com a Jornada Científica de Inovação Sustentável 2024 | Arquivo CIS BH-TEC

Durante meses, Giovanna e outras dezenas de colegas participaram de atividades práticas, visitas a laboratórios da UFMG e ao BH-TEC, experimentos químicos e encontros com especialistas que plantaram a semente do pensamento crítico voltado para a sustentabilidade.

A Jornada Científica

Criada em 2023, a Jornada tem como objetivo levar a ciência e seu pensamento metodológico para a vida cotidiana e para a formação de alunas e alunos dos anos finais do ensino fundamental e ensino médio. Para cada edição, uma meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, é selecionada para ser trabalhada pelos – e com – os estudantes.

Os alunos realizam visitas a laboratórios da UFMG e das empresas residentes no BH-TEC | Virgínia Muniz/BH-TEC

A edição deste ano contou com cerca de 20 alunos do 8º ano da escola da rede municipal de BH e teve como tema central o ODS 12, que prevê “assegurar padrões de produção e consumo sustentáveis”. Para isso, busca reduzir o desperdício de alimentos, diminuir a geração de resíduos e promover a gestão sustentável dos recursos naturais, entre outras ações.

“Este ano, nós focamos no ODS 12, que é um pouco mais amplo e diz respeito à produção e consumo consciente. Então, optamos por pensar na questão do resíduo, ou seja, o que a gente produz a partir desse consumo, para que possamos realmente pensar em um consumo consciente. Com isso, montamos uma série de atividades para proporcionar uma visão mais crítica dos estudantes sobre a produção e consumo”, diz Wallace Carrieri, coordenador da Jornada pelo CIS.

Na primeira edição da Jornada, realizada em 2023, o ODS 6 foi o tema central e contemplou uma escola da rede particular de Belo Horizonte.

A edição 2023 da Jornada Científica teve o encerramento no EcoParque, evento que reuniu estudantes de várias escolas de BH e região metropolitana | Virgínia Muniz/BH-TEC

Experiências inesquecíveis – e inspiradoras

Durante os 4 meses do programa, os alunos tiveram a oportunidade de interagir com uma variedade de especialistas, incluindo cientistas, pesquisadores, empresários, representantes do setor público, catadores de recicláveis da região e cientistas.

Estudantes participam de experimento científico sobre despoluição da água, junto com o projeto 1000 Futuros Cientistas, na UFMG | Virgínia Muniz/BH-TEC

O programa contou com a participação da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) e proporcionou visitas ao laboratório da Faculdade de Química da UFMG, a um aterro sanitário, além de empresas do Parque Tecnológico de BH – os encontros foram fundamentais para ampliar o conhecimento dos estudantes sobre o tema.

“Quando eles foram ao BH-TEC, muitos expressaram a vontade de ser cientistas. Viram que há possibilidades em novos mercados que precisam de pessoas capacitadas para exercer ciência. E também na UFMG, ao vivenciarem um laboratório que não temos na escola, e o aterro, que foi sensacional. Foi o ponto alto, pois vimos para onde vai nosso lixo e como temos realmente uma responsabilidade sobre isso”, afirma a professora Vanessa Martins.

Confira os parceiros da 2º edição da Jornada:

  • Sandra (Superintendência de Limpeza Urbana – SLU)
  • Cleide (Cataunidos)
  • 1000 Futuros Cientistas (DQ-UFMG)
  • Laboratório de Hialotecnia (DQ-UFMG)
  • Elise (Delterra)
  • Rafael (Trashin)
  • Ecovec
  • Nanonib
  • Metagen
Encontro com SLU na Jornada
SLU dá palestra para a turma na Escola Municipal Monsenhor Arthur de Oliveira | Arquivo CIS

“Acho que toda experiência a mais, para além da escola, é válida. Acredito que a escola tem esse papel de educar esses jovens para esse novo mundo que está surgindo”, diz Vanessa Martins, professora de ciências do 8º ano, responsável por acompanhar os alunos durante o programa e pela fala que abre esta reportagem.

O projeto contou com o apoio fundamental da equipe pedagógica, e, para eles, a Jornada deu seguimento à importância que a Feira de Ciências teve para os alunos.

Estudantes participam de aula sobre reciclagem de vidro | Virgínia Muniz/BH-TEC

“Já vínhamos pensando nisso há algum tempo. Tivemos duas edições da Feira de Ciências, e isso se tornou ainda mais importante pra gente. A escola abraçou o projeto, mexeu em toda a logística, nas autorizações dos alunos, na preocupação com o espaço. Realmente abraçamos a ideia porque entendemos a necessidade do tema para a escola”, diz Natália Gomes, coordenadora pedagógica da Escola Municipal Monsenhor Artur de Oliveira.

Inspiração leva à criação de solução

Para Giovanna Silva Aguiar, uma das estudantes que participou da Jornada, a visita ao BH-TEC e os encontros inspiraram a turma a desenvolver uma solução para a própria escola, utilizando todo o conhecimento científico adquirido durante os encontros.

“Para mim, a Jornada foi uma das melhores experiências da minha vida porque, durante o projeto, conhecemos várias coisas legais que fazem a diferença na escola e em todos os lugares”, diz a estudante de 13 anos

Giovanna Silva Aguiar, 13 anos, vivencia ciência durante a Jornada: ‘Uma das melhores experiências da minha vida’ | Virgínia Muniz/BH-TEC

“Por exemplo, com a visita ao BH-TEC, começamos um projeto aqui na escola para a redução de resíduos, principalmente o papel, que é bastante utilizado. Fizemos a pesagem durante uma semana, comparando do 5º ao 9º ano, e o maior consumo foi do 7º, que consome ainda mais. A Jornada é um projeto muito bom para aprender coisas novas”, finaliza a estudante.

O trabalho final será apresentado durante o evento de encerramento nesta semana.

Estudantes participam de experimentos e atividades práticas durante a programação do EcoParque em 2023 | Virgínia Muniz

“A perspectiva agora é que conhecemos um pouco sobre os resíduos de papel na escola e a intenção é promover ações de educação para que consigamos separar esse papel dentro da sala de aula, pelo menos. Produzimos cerca de 40 quilos de papel por mês em resíduos na sala de aula e nossa intenção é, a partir das ações que vamos fazer, que as aulas separem o papel, para podermos reduzir o resíduo que vai para o aterro”, complementa a professora Vanessa Martins sobre os próximos passos.

Novo ano, nova turma e novo tema!

Próxima edição da Jornada acontece em 2025 | Virgínia Muniz

O programa do CIS prevê uma nova edição da Jornada a cada ano, sempre abordando um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela ONU. E uma das preocupações da Jornada é atingir uma diversidade e variedade grande de alunas e alunos.

“Conseguimos fazer o que esperávamos: trabalhar com uma turma maior, atendendo a escola pública, com essa missão mais social. Na primeira edição da Jornada, só conseguimos trabalhar com a escola particular, devido a recursos e disponibilidade de professores”, diz Wallace Carrieri, gestor do programa.

Qualquer escola da rede pública ou particular pode se inscrever | Virgínia Muniz/BH-TEC

“O diferencial dessa turma e da Jornada deste ano foi que sempre buscamos uma proposta autônoma, que dá muita autonomia para os estudantes. Assim, são os alunos que escolhem fazer a jornada conosco”, finaliza Wallace.

As inscrições para a próxima edição abrem em 2025 e as turmas e escolas que se interessarem passam por um processo de seleção e entrevistas para serem escolhidas na edição. 

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