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Manuntenção microalgas

Microalgas, camarões e cerveja a favor do planeta: Conheça a BiotecBlue

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O resíduo de um é o alimento do outro! O que pode parecer estranho em um primeiro momento se tornou o principal diferencial de uma startup criada em Taubaté, no interior de São Paulo. Conheça a BiotecBlue, que encontrou nas microalgas uma forma de desenvolver biofertilizantes e aposta nas vantagens da economia circular e da tecnologia.

A BiotecBlue foi uma das startups vencedoras do Prêmio de Incentivo à Inovação promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em parceria com o BH-TEC, com o objetivo de impulsionar iniciativas tecnológicas que consigam levar impacto positivo no enfrentamento das mudanças climáticas no estado mineiro.

Através da economia circular, a BiotecBlue mostra como é possível aliar ciência, tecnologia e sustentabilidade para produzir fertilizantes de baixo custo, que, além de benefícios diversos, geram créditos de carbono, aumentam a saúde e a imunidade do solo e reduzem os insumos na produção em até 40%.

Solução biotecblue
Aplicação do biofertilizante feito pelo BiotecBlue | Divulgação

Leia abaixo a história dessa iniciativa inovadora.

O início: da sala de aula ao campo

A BiotecBlue surgiu no final do mestrado em biotecnologia marinha de Noreyni Ndiaye. Mais precisamente, durante uma disciplina de empreendedorismo. O desafio do então mestrando era bem objetivo (e amplo): encontrar um problema real do mercado e propor uma solução.

Noreyni, então, escolheu atacar um gargalo na produção de camarão — as doenças que afetam a qualidade do produto e dificultam exportações. A resposta foi um aditivo à base de microalgas, incorporado à alimentação dos camarões, capaz de reduzir o impacto dessas enfermidades.

CEO BIOTECBLUE
Noreyni Ndiaye, mestre em biotecnologia marinha, é o responsável por criar a startup aos 27 anos | Arquivo pessoal

“Sempre escutei na graduação e no mestrado que tudo tem potencial, mas nunca via nada sendo aplicado. Ainda na área de farmácia: desenvolver um remédio, por exemplo, exige muito tempo e dinheiro. No meio desse impulso, de querer ver acontecer, que me interesse pelo negócio do camarão”, explica o empreendedor.

Mas a ideia não parou por aí.

Com o tempo, a empresa passou a investir no desenvolvimento de biofertilizantes sustentáveis, aproveitando resíduos de tilápia e da produção de cerveja.

Agricultura regenerativa e economia circular

A BiotecBlue atua dentro da lógica da bioeconomia circular, em que o resíduo de uma cadeia produtiva vira insumo para outra. Um dos exemplos é o uso de dejetos de camarão como alimento para as microalgas. Essas microalgas, por sua vez, servem de alimento para os camarões. 

BIOTECBLUE
Fertilizante de microalga em produção no laboratório | Divulgação

O biofertilizante desenvolvido pela empresa é rico em macro e micronutrientes, contribuindo para a regeneração do solo, a redução do uso de químicos e a emissão de créditos de carbono.

“Hoje, o Brasil importa 80% dos fertilizantes químicos que utiliza. O nosso intuito é trazer a autossuficiência agrícola no mercado nacional”, comenta Noreyni.

Hoje, a startup se posiciona como uma aliada da agricultura sustentável, com foco no atendimento de pequenos e microprodutores de milho, hortaliças, café e soja.

Economia Circular da BiotecBlue: o que é dejeto de um pode potencializar o alimento de outro

Caminho de desafios e inovação

Com uma equipe multidisciplinar composta por biotecnologistas, engenheiro químico, agrônomos e uma professora da Unifesp, a BiotecBlue busca agora:

  • Captar recursos e aumentar a exposição nas redes sociais
  • Conectar-se com políticos alinhados com o produto para captação de recursos
  • Escalonar a produção, ter um local próprio e registrar o produto

Apesar de ser pioneira no mercado de microalgas no Brasil, a startup ainda enfrenta dificuldades típicas de quem propõe rupturas tecnológicas.

A startup conta com equipe qualificada e multidisciplinar

Impulso

Em busca de alcançar um próximo patamar, a BiotecBlue enxerga no programa coordenado e executado pelo BH-TEC a oportunidade ideal.

“A gente já vinha testando a tecnologia com produtores em São Paulo, mas de forma limitada. Esse prêmio e o programa do BH-TEC estão sendo decisivos para tirar do papel e escalar nossas soluções”, afirma o fundador, Noreyni Ndiaye.

Além disso, a participação da BiotecBlue no programa foi determinante para amadurecer estratégias e conectar a startup com novas oportunidades, através de networking, capacitações e mentorias.

“O programa está sendo muito importante justamente para impulsionar essa aceleração. Os workshops e as mentorias estão sendo muito interessantes e muito pontuais pra gente”, avalia Noreyni.

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