Imagine um futuro onde a tecnologia e a natureza caminham lado a lado, em benefício da vida no campo e do planeta. Essa é a realidade que a Green Growth AI está construindo: com o uso de inteligência artificial, visão computacional e geoprocessamento, a startup desenvolve soluções para diagnosticar doenças nas plantações, identificar pragas por drone, mapear plantas daninhas e espécies nativas, além de oferecer pulverização pontual inteligente e monitoramento da lavoura em tempo real.
O resultado é uma agricultura mais precisa, econômica e amiga do meio ambiente — com impactos reais na rotina e na vida dos produtores e na preservação da natureza.

“É muito gratificante saber que a gente vem trabalhando em uma ideia que tem impacto positivo tanto para os produtores quanto para o planeta. Estar entre os pioneiros na aplicação de IA no agro é algo que nos motiva muito”, afirma Luis Fernando Oliveira, CEO da Green Growth.
A semente da inovação
A Green Growth nasceu a partir da conexão entre o conhecimento acadêmico e o ecossistema de inovação de Viçosa, mais precisamente no Parque Tecnológico da cidade, o tecnoPARQ.
“Participamos do programa de aceleração de empresas, estruturamos nosso MVP (Produto Mínimo Viável) funcional e fomos campeões do programa logo na primeira edição”, conta Luis.

De lá pra cá, a startup também se destacou no programa Avança Café, conquistando o 3º lugar. Agora, a Green Growth passa a integrar oficialmente o ecossistema como empresa residente do tecnoPARQ.
Tecnologia que chega ao campo
Atualmente, a equipe da Green Growth realiza sobrevoos com drones em propriedades cafeeiras para captar imagens e gerar análises detalhadas com o apoio da inteligência artificial.
Funciona assim: os drones inteligentes fazem uma varredura completa das áreas cultivadas e coletam informações valiosas, como a qualidade do solo, a presença de plantas daninhas e a identificação de possíveis doenças nas lavouras. A partir dessas imagens e dados, a empresa elabora relatórios técnicos e mapas personalizados para cada produtor rural.
Esse material otimiza o trabalho no campo ao indicar, de forma precisa, os locais que necessitam de pulverização, reduzindo o uso de produtos químicos, direcionando melhor os insumos e diminuindo o tempo e a quantidade de mão de obra necessária.

Mas o pensamento vai além: em parceria com o BH-TEC, a empresa está desenvolvendo uma plataforma que permitirá aos produtores realizarem esse processo de forma autônoma. Aqueles que já possuem drones poderão enviar as imagens diretamente para a plataforma da Green Growth, que, por meio de algoritmos de IA, devolverá relatórios inteligentes com diagnósticos de pragas, doenças e oportunidades de manejo.
Com isso, o produtor ganha mais independência para analisar e monitorar sua propriedade, tomando decisões com base em dados.
A plataforma também apresentará indicadores de sustentabilidade, como economia de água e redução no uso de insumos, permitindo ao produtor visualizar, de forma clara, o impacto ambiental positivo da sua atividade. Com essas soluções, a Green Growth já consegue gerar até 30% de redução no tempo de aplicação e monitoramento, além de 20% de economia nos custos com insumos.
Impactos reais
A mais recente parceria da empresa foi com o Café Especial Santa Emília, um marco na aplicação de tecnologias avançadas no cultivo de café de alta qualidade. A Green Growth iniciou essa colaboração com o voo inaugural de drones sobre as plantações, coletando dados cruciais que alimentaram os algoritmos de inteligência artificial para realizar previsões precisas.
Essas previsões estão ajudando a otimizar todo o ciclo de cultivo, desde o manejo do solo até a colheita, garantindo que cada grão do café Santa Emília atinja seu potencial máximo em sabor e qualidade. Foram contabilizadas 7 mil plantas de café, 8 espécies de plantas daninhas foram identificadas e foram gerados 5 mapas de previsões.
Os números impressionam, mas o impacto de ajudar a vida das pessoas é o que traz sentido para o trabalho. Foi o que aconteceu na entrega dos primeiros relatórios para uma pequena produtora da região de Viçosa.
“A primeira vez que a gente fez uma entrega para uma pequena produtora aqui da região foi muito gratificante. Ver a alegria dela ao receber os serviços que conseguimos oferecer foi algo marcante. Chegamos na propriedade com os mapas, as imagens, e ela nunca tinha visto a terra dela daquela forma. Ela nunca tinha enxergado a propriedade daquele jeito — e provavelmente nunca teria essa oportunidade”, comenta Luis.
“Graças ao trabalho da nossa equipe, conseguimos levar uma tecnologia de ponta até esse pequeno produtor, contribuindo com as rotinas do dia a dia e, ao mesmo tempo, gerando um impacto positivo para o meio ambiente. Tudo isso faz com que o que a gente está construindo seja realmente muito gratificante”, complementa.
Reconhecimento e apoio à inovação
A Green Growth foi uma das vencedoras do Prêmio Assembleia de Incentivo à Inovação, promovido em parceria com o BH-TEC. Com o recurso recebido, a startup conseguiu adquirir um drone multiespectral de alta tecnologia, essencial para aprimorar suas soluções. “Antes, usávamos um equipamento bem antigo. Agora, com esse novo drone multiespectral, que consegue medir a saúde da planta, conseguimos gerar resultados muito mais precisos e abrir um leque de possibilidades”, afirma Luis.


Mais do que o prêmio financeiro, a oportunidade de participar de eventos, workshops e rodadas de investimento do BH-TEC tem ajudado a acelerar o crescimento da startup e conectá-la com novos mercados.
“A gente fica muito feliz em ver que o governo e parques tecnológicos como o BH-TEC estão incentivando soluções para mitigar as crises climáticas. Muitas dessas tecnologias são caras e o mercado é de difícil entrada, então esse apoio e as premiações têm sido fundamentais para o nosso crescimento acelerado,” destaca.
O futuro já começou
Para o futuro, os planos da Green Growth passam por escalar a tecnologia, tornar a plataforma mais acessível e expandir para outras culturas além do café.
“Queremos baratear a solução e fazer com que ela chegue na ponta, cada vez mais para o pequeno produtor que muitas vezes não teria essa oportunidade. A ideia é transformar conhecimento em impacto real, concreto para a sociedade”, conclui Luis.