Mais de 150 dias sem chover, um tempo seco que afeta a saúde de milhões de moradores de Belo Horizonte e região. Estiagem que contribui para a disseminação de incêndios criminosos, que, por sua vez, dilaceram fauna e flora mineiras. E, também, chuvas torrenciais que deixam cidades debaixo d’água, milhares de desabrigados e desalojados.
Os impactos da crise climática já estão aqui e agora. Com o foco justamente em amenizar esses efeitos, uma parceria entre a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e o BH-TEC premia, ao todo, R$ 600 mil para projetos e ideias com potencial enfrentar as consequências ou prever, adaptar ou minimizar as consequências das mudanças climáticas no estado mineiro.
As pré-inscrições podem ser feitas até o dia 15 de outubro aqui, no site da ALMG. Trata-se do Prêmio Assembleia de Incentivo à Inovação – Crise Climática e todos que possuam algum plano estão convidados a participar: de pesquisador e professor a empreendedores e trabalhadores de cooperativas.
“Buscamos projetos de soluções para desafios ambientais, sociais, econômicos, produtivos de diversas áreas referentes a essa questão da seca, da chuva extrema, dos maiores efeitos da crise climática em Minas Gerais”, resume a Head de Sustentabilidade do BH-TEC, Camila Viana.
Confira todos os detalhes abaixo!
O prêmio
A iniciativa inédita em Minas, em parceria com o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), vai selecionar e apoiar o desenvolvimento de até dez propostas de soluções inovadoras.
Cada uma das propostas selecionadas terá direito a um prêmio de R$ 60 mil, além de participação em programa de aceleração promovido pelo BH-TEC.
Empresas e startups devem participar, mas pesquisadores e trabalhadores também – basta estar disposto a formalizar um empreendimento durante o programa de aceleração.
“O objetivo é apoiar negócios inovadores de impacto socioambiental, de diferentes modelos e estágios. Então, são startups, mas também são projetos, às vezes, um trabalho de uma cooperativa, ou um projeto de pesquisa, algo que pode ter uma amplitude maior se transformando em um negócio de impacto socioambiental”, exemplifica Camila Viana.
Quais áreas
O trabalho da ALMG, acompanhado pelo BH-TEC, começou em março e se estendeu ao longo do ano, com grupos temáticos e encontros regionais por todo o estado mineiro. Ao fim desse levantamento, envolvendo a sociedade, acadêmicos, profissionais de agência e do governo, foram selecionadas áreas de atuação.
“Durante os sete encontros regionais que realizamos em todo do Estado, conhecemos e identificamos muitas práticas, ideias e soluções que vêm dando certo em um lugar e que podem ser replicadas em outras regiões. Daí a importância desse edital para fomentar projetos de inovação tecnológica e propor uma agenda de trabalho legislativo diante da crise climática que vivemos”, afirma o presidente da ALMG, Tadeu Leite.
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“O que o estado de Minas Gerais tem que olhar com atenção, quais são os principais problemas dentro dessa perspectiva ambiental, social, mais ampla? Quais são as áreas de mais importância, que assuntos são esses que são mais gritantes para que a gente os solucione mais rápido”, cita a Head de Sustentabilidade do BH-TEC.
As iniciativas, portanto, devem se enquadrar em algum dos sete temas:
- Meio ambiente
- Segurança hídrica
- Agricultura sustentável
- Energia limpa e eficiência energética
- Monitoramento, alerta e resiliência
- Inclusão produtiva e geração de renda
- Direito à saúde e à alimentação adequada
A inscrição é totalmente gratuita.
De todo o país
As propostas de solução devem ser para o estado de Minas Gerais. Mas os interessados e interessadas não precisam ser, necessariamente, do estado mineiro.
“É possível um negócio, um projeto de um outro estado, de uma outra cidade ser elegível para o nosso. O edital tem essa ideia de abrangência, já que a gente está falando de um problema que se repete de cidade para cidade, várias outras cidades”, contextualiza Camila Viana.
“A gente está vendo agora com essa secura toda que não é exclusivo é de Minas Gerais, isso está acontecendo no norte, está acontecendo em São Paulo, está acontecendo no sul. Então, por ser uma questão global, a gente entende que esses projetos podem vir de diversos lugares do Brasil e têm potencial para realmente trazer a solução a um desses desafios que são elencados no edital”, complementa.
De IA a agricultura
A mesma abrangência também é observada para o tipo de proposta de solução – inclusive, na maturidade dessa proposta. Ou seja: a proposta pode ser apenas uma proposta, uma ideia – o prêmio vai servir justamente para amadurecer e a transformar em solução.
“Soluções que esperamos receber de uma amplitude enorme de áreas: desde as que se relacionam com inteligência artificial (IA) e sejam mais tecnológicas para resolver questões de dados, até com abordagens nas perspectivas social em ambiental”, reforça Camila Viana.
“Estamos ansiosos para receber vários tipos de soluções para a gente conseguir agir em uma maior resiliência, adaptação e convivência com esse cenário que já está posto”, conclui a Head de Sustentabilidade.
Outros detalhes, além da própria inscrição, podem ser conferidos AQUI.
Quando começa
O processo de análise das propostas terá início no dia 18 de outubro e as dez propostas selecionadas serão anunciadas no final de novembro. Após a conclusão dos prazos burocráticos, o programa de aceleração oferecido pelo BH-TEC começará em janeiro de 2025.
“Já começa nas primeiras semanas do ano com um evento no BH-TEC e trabalho de diagnóstico das propostas de soluções. Vamos oferecer workshops e capacitação voltadas para as especificidades de cada um e, em paralelo, as soluções estarão sendo desenvolvidas. O programa todo dura seis meses”, explica Bernadete Bittencourt, gerente de projetos do BH-TEC.