Uma solução para a segunda maior ameaça ambiental do planeta: o plástico, com cerca de 8 milhões de toneladas depositados nos oceanos anualmente e 400 anos para se decompor. Essa é a inovação desenvolvida pela Plaspop, pioneira no fechamento do ciclo do plástico. E toda a tecnologia, que leva esperança por um mundo sustentável, nasceu de uma inspiração paterna.
O fundador da empresa, Davi Iankous, se encantou ao acompanhar o ciclo do plástico na empresa do próprio pai. O fascínio deu origem à Plaspop e a paixão pela mescla entre um material que possibilita múltiplos usos e, ao mesmo tempo, representa um dos maiores desafios do nosso futuro em relação ao uso consciente, descarte, logística, reciclagem e transformação dos plásticos pós-consumo.

A empresa é uma das participantes do Conexões, programa pioneiro em Minas Gerais de pós-aceleração criado e executado pelo BH-TEC – e, nesta edição, com a parceria do Sebrae Minas.
A partir de agora, conheça toda a história da Plaspop.
Inspiração
Após anos em indústria familiar, tendo toda a formação voltada na resolução dos problemas que surgiam na empresa, Davi viu a oportunidade de abrir o seu próprio negócio.
“Eu venho da área ambiental, sou gestor ambiental e desde sempre acompanhava o ciclo do plástico. Dentro da indústria, a gente voltava muita coisa para o processo, sabe? Então, sempre tive desejos de trabalhar com projetos de ciclo fechado”, conta o empresário.
“Em 2020, eu fundei a Plaspop diante desse desejo de fechar o ciclo do plástico, no intuito de desenvolver soluções de economia circular e transformação de resíduos com foco nos plásticos”, complementa Davi Iankous.

O primeiro projeto da empresa foi o “Destampa”, iniciativa que monetizava tampinhas recolhidas nas escolas e convertia esse valor adquirido em produtos socioambientais.
Após o sucesso do projeto pioneiro, Davi decidiu empenhar as forças da Plaspop no fechamento do ciclo do plástico – e deu início a Estação Circular, o desenvolvimento de maior sucesso.
“Lançamos um MVP [Mínimo Produto Viável] dentro do supermercado em Betim, onde fica a nossa fábrica. E para rodar esse MVP eles nos deram três meses, nos deslocaram para o melhor ponto do supermercado da cidade, e acabou que deu super certo!”, relembra.

“Hoje, é a nossa principal unidade e estamos lá desde 2021. E a partir disso o MVP foi consolidando, trazendo números”.
Atualmente, a empresa conta com seis unidades franqueadas em Minas Gerais, e o CEO planeja expansão para outros estados.
O renascimento do plástico
Afinal, o que é a Estação Circular? Como o próprio CEO da empresa define, são estações de reciclagem “gamificadas”. “O consumidor faz na nossa plataforma, entrega seu resíduo na unidade mais próxima – e tudo o que ele entrega de resíduo gera uma pontuação”, explica.
“Esses pontos podem ser usados para adquirir os produtos fabricados por nós. Hoje, além dessa forma de troca, a gente tem troca de pontos por créditos monetários mesmo, no PIX e no PicPay. Também fechamos uma parceria com a Uber: usuários que têm pontos em carteira, podem trocar esses pontos por corridas”, complementa.
As unidades oferecem uma linha de produtos como baldes, vasos, caixas, cadernos, bandejas… E todas são produzidas a partir do plástico descartado – ou seja, pós consumo. Dessa forma, o plástico que seria descartado, volta como um novo produto para o consumidor.

Todo o material entregue nas estações é usado como matéria prima. Os que não são reaproveitados para a confecção de produtos, são reciclados e destinados para outras indústrias.
Nova perspectiva
Mudar a mentalidade do consumidor de maneira orgânica é um dos impactos da Estação. Hoje, os usuários das unidades conseguem distinguir e adquirir produtos que a Estação recebe, contribuindo para a reciclagem e sustentabilidade.
“Hoje, já tem diversos usuários que na hora de comprar o produto da prateleira do supermercado, já pensa na Estação. ‘Ah, não, não vou levar esse produto aqui porque a estação não recebe e não é reciclável'”, se orgulha Davi.
“As pessoas já estão entendendo de materiais, de embalagens e fazendo as suas escolhas lá na hora de comprar pensando no descarte”.

Além disso, a Estação realiza um trabalho social importante, que gera, além de sustentabilidade, um senso de comunidade cada dia mais forte.
“Temos depoimentos de idosos que estavam em depressão e hoje são grandes parceiros da Estação porque movimentam a família toda. Começaram a encontrar mais com a família por causa da Estação, porque o familiar passa na casa e deixa o seu resíduo ali para os pais levar na estação”, relata o CEO da Plaspop.
No final do ano, a Estação vai premiar o usuário que mais entregou resíduos.
“Tem usuário que levou uma tonelada. Uma única pessoa não, são várias”, reforça Davi.
Parceria de sucesso
Depois de dois anos operando em Betim, a Estação foi entregue sem custos à Associação de Catadores. Hoje, duas unidades são geridas pela Associação.
“É importante incluir os catadores em processos mais tecnológicos. Temos o compromisso de trazer renda e mudar a imagem do catador de um pobre coitado, para empreendedor”, reforça Iankous.

Conexões para uma nova etapa
O Conexões chegou na hora certa para a Plaspop, que enxerga a oportunidade como ideal para o crescimento da empresa.
“Nos primeiros anos a gente participou muito de programas de aceleração. Chega um ponto que você não vê progressão mais. Já o Conexões teve um match melhor justamente por causa disso, por estarmos em uma fase mais madura”, afirma Davi Iankous.





