“É preciso que a inovação hoje considere a sustentabilidade e, para o desenvolvimento sustentável dar certo, é preciso repensar a forma de fazer. Inovação e sustentabilidade são quase como se fossem duas faces de uma mesma moeda.”
A frase que sintetiza a essência do CIS 24, o II Congresso de Inovação e Sustentabilidade, é da responsável por abrir o segundo dia de evento, hoje (30), no BH-TEC: Ana Lucia Melo, diretora adjunta no Instituto Ethos.
A especialista abordou, na palestra “Práticas empresariais rumo aos princípios da nova política industrial”, os princípios da neoindustrialização ao destacar a responsabilidade social das empresas e a simbiose entre sustentabilidade e inovação.
Se, por muitos anos o avanço industrial e econômico não combinava fatores de sustentabilidade, para Ana Lúcia, a política da neoindustrialização traz a mensagem oposta.
Reindustrializar de uma nova forma
Ana Lucia passou pelo plano apresentado pelo governo federal no início do ano responsável por abordar metas e objetivos para que o Brasil se reindustrialize, o que atacaria contemplaria questões sociais e ambientais.
“Vivemos um momento em que o país perde sua capacidade industrial e a proposta do plano, chamado de Nova Indústria Brasil, está voltada para fomentar esse processo de reindustrialização com princípios que partem de problemas sociais”, afirmou.
A nova política tem como princípios:
- inclusão socioeconômica
- equidade de cor, gênero e etnia
- promoção do trabalho decente e melhoria de renda
- incremento da produtividade e competitividade
- sustentabilidade
- desenvolvimento produtivo, tecnológico e inovação
- redução das desigualdades regionais
‘Já estamos vivendo a crise climática’
Para Ana Lucia, as ações para enfrentar a crise climática precisam ser materializada e, ainda, de forma territorial.
“É importante o movimento do governo federal, mas é preciso territorializar. Os fenômenos acontecem no território, no lugar em que vivemos, que somos impactados”, afirmou a estudiosa, ao relembrar a tragédia climática que ocorreu no início deste ano no Rio Grande do Sul.
A diretora adjunta do Instituto Ethos afirmou que as comunidades e pessoas em situação de vulnerabilidade foram as mais atingidas, além de citar o Relatório Brundtland, que traz o conceito de desenvolvimento sustentável como “aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades.”
Construção conjunta
O Instituto Ethos tem atuação na agenda do desenvolvimento sustentável e foco nas áreas de direitos humanos a partir da promoção da diversidade, equidade e inclusão; integridade; meio ambiente e gestão.
“Nossa missão é mobilizar, sensibilizar e ajudar empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras parceiras na construção de uma sociedade justa e sustentável”, contextualizou.
Confira a palestra na íntegra aqui.