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Interact Place: tecnologia e gamificação para transformar experiências turísticas

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A história da Interact Place nasceu de uma mistura improvável: geologia, turismo e… Pokémon Go. Enquanto cursava Geologia na Universidade Federal de Ouro Preto, Guilherme Frade começou a ver as paisagens de forma diferente. Inspirado pela febre do jogo de realidade aumentada e pelas discussões sobre geoconservação, percebeu que faltava aos destinos turísticos algo essencial: infraestrutura de comunicação com o visitante.

“A ideia da empresa surgiu quando eu estava estudando geologia e fui percebendo o quanto as paisagens contavam histórias que muitas pessoas não conseguiam acessar. Ao mesmo tempo, via minha mãe, com mais de 40 anos, na rua capturando Pokémon no Pokémon Go, e isso me chamou atenção para o potencial das tecnologias digitais em interagir com o público”, lembra Guilherme.

A Interact Place nasceu para transformar a forma como o público interage com a tecnologia nos pontos turísticos | Divulgação

A partir dessa inspiração, ele começou a refletir sobre os desafios enfrentados pelo turismo no estado: “Estava participando de congressos de geoconservação do Geoparque do Quadrilátero Ferrífero, que não tinha sido aberto, e um dos entraves era a falta de infraestrutura de comunicação para o turista. Foi aí que veio a ideia de criar uma plataforma para que as pessoas pudessem acessar informações durante a visitação em pontos turísticos, museus e eventos”, conta. 

O início

A ideia começou a se desenhar entre 2016 e 2017, mas a Interact Place só se materializou de fato em 2018, quando Guilherme e sua equipe participaram do HackaTour: um hackathon voltado para o turismo, promovido por BeloTur, Sebrae, Ampro e BH Airport. “Foi um momento decisivo. Participamos com a ideia em fase de ideação e saímos premiados do concurso, o que nos deu o empurrão para criar a startup.”

Guilherme Frade da Interact Place e Alexandra no Guia Pampulha
Guilherme e Alexandra no Guia Pampulha, experiência desenvolvida pela Interact Place | Divulgação

Sobre a equipe que iniciou essa jornada, Guilherme destaca a importância da mentora Alexandra Carvalho, conhecida como Alexa: “Ela foi nossa mentora no hackathon, e seu apoio foi fundamental. Depois do concurso, ela continuou nos mentorando e acabou se tornando sócia da empresa, o que mostra o quanto o trabalho em equipe e o suporte são importantes desde o começo.”

Uma solução que conecta turistas e gestores

De forma didática, Guilherme explica o que a Interact Place oferece: “Se eu fosse explicar para minha avó, diria que juntamos duas coisas que ela conhece: mapas turísticos e aqueles rádios de museu que dão informações. Só que a gente modernizou isso com tecnologias imersivas, como vídeos 360°, realidade aumentada e roteiros gamificados.”

A plataforma permite que gestores de destinos turísticos e eventos criem roteiros interativos, com pontos de interesse detalhados, e disponibilizem esses conteúdos para os visitantes por meio de um mapa digital. Além disso, a ferramenta inclui elementos de gamificação, como emblemas e premiações, para engajar os turistas.

“Do lado do gestor, oferecemos dados em tempo real sobre o perfil do público, picos de visitação, mapas de calor e avaliações da experiência, que ajudam a melhorar a gestão dos espaços e a criar jornadas cada vez melhores para os visitantes”, conta Guilherme.

Outro diferencial é a tecnologia usada: “A gente optou por uma aplicação web progressiva, ou PWA, que dispensa o download de aplicativo e cadastro do usuário, eliminando barreiras e facilitando o acesso. O turista pode acessar a experiência em poucos segundos, o que é fundamental para captar sua atenção”, conta Guilherme.

Desafios para inovar no setor público

Um dos maiores desafios enfrentados pela startup foi a aproximação com o poder público. “O maior obstáculo foi conseguir portas para conversar com órgãos públicos. Eles não estavam preparados para contratar uma solução inovadora como a nossa, que foge dos modelos tradicionais de licitação”, comenta Guilherme.

Apesar disso, a Interact Place conseguiu uma importante parceria ao ser selecionada pelo programa Seed em um edital de desafios públicos, desenvolvido pela Fundação Clóvis Salgado para o Palácio das Artes, em Belo Horizonte. “Implementamos uma visita interativa com totens, QR codes e conteúdos multimídia que contou a história do Palácio e dos homenageados, trazendo uma experiência rica para os visitantes.”

Plataforma gamificada da empresa interact place
Plataforma da Interact Place no Grande Hotel Termas de Araxá | Divulgação

Além do setor público, a startup também atende clientes privados, como o Grupo Tauá. “Eles tinham uma dor interessante: os visitantes não entendiam o valor histórico do mobiliário antigo do Grande Hotel Termas de Araxá. A gente criou conteúdos para contar essas histórias e valorizar o patrimônio”, explica Guilherme.

Visão para o futuro

Sobre os próximos passos, Guilherme destaca três focos principais: “Queremos desenvolver um motor de vendas para o setor público e ampliar nosso impacto para outras cidades e patrimônios tombados pela UNESCO. Também buscamos estreitar parcerias com instituições de ensino, como a UFMG, para fomentar pesquisa e desenvolvimento, especialmente em inteligência artificial, área que estamos começando a explorar com visão computacional para análise de imagens e vídeos. O outro é captar investimentos, agora estamos no momento certo para isso.”

Guilherme Frade da empresa Interact Place apresenta pitch no BH-TEC
Guilherme apresenta a empresa em um dos encontros do programa Conexões no BH-TEC | Ana Belo/BH-TEC

A experiência no programa Conexões

Ser selecionada para o programa de pós-aceleração Conexões, do BH-TEC, trouxe para a Interact Place um importante reconhecimento institucional. “Recebemos essa aprovação com muita felicidade, pois é uma validação do que estamos fazendo, especialmente para os gestores públicos que têm medo de arriscar contratando startups. Ter o selo do BH-TEC e de seus parceiros dá segurança e reforça a confiança no nosso trabalho”, celebra Guilherme. 

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