Num mundo de desigualdades, a fome não é novidade e nem está perto de acabar. É daí, então, que surge a Acelera ESG, startup soteropolitana voltada para a gestão e prevenção do desperdício.
Participante do programa Nautilus, a empresa utiliza um software para conectar empresas e ONGs, a fim de recuperar produtos próximos do vencimento com a maior agilidade possível, gerando economia aos empresários e comida no prato do povo.

“É muito triste pensar que um terço de tudo que a gente produz vai parar no lixo. Enquanto a gente tem uma quantidade de mais de 60 milhões de pessoas em insegurança alimentar”, ressalta a fundadora e idealizadora, Roseane Moreira, antes de concluir:
“Então, se a gente conseguir fazer essa ponte de uma gestão eficiente e garantir o benefício dos dois lados, todo mundo ganha”.
O início: Ideais desde a raiz
Bióloga e mestra em biotecnologia, Roseane Moreira idealizou o projeto motivada pela pandemia. O objetivo, desde o início, foi ajudar as pessoas em insegurança alimentar.
“Começamos com o ‘Minha Cesta’ em 2021, que era uma startup com um plano de assinaturas de cestas básicas. Teve uma adesão bem interessante de pessoas, tanto físicas quanto jurídicas, mas, quando acabou a pandemia, as doações acabaram, também”, conta a CEO da empresa.
“Então nos reinventamos e, em 2023, foi criada a Acelera”.

“Sempre foi algo muito forte em mim essa questão de buscar reduzir a insegurança alimentar para que as pessoas possam garantir a alimentação da sua família. A partir daí, essas pessoas têm forças para buscar emprego, para se capacitar e buscar outras formas de qualidade de vida”, completa.
Expansão como empresa
A Acelera herdou da Minha Cesta os ideais, mas os potencializou: a gestão de doações que antes atendia pessoas físicas em Salvador, agora tem caráter mais voltado para a sustentabilidade, gestão dos desperdícios e atende varejistas e cidades em todo o país.
“Temos um case muito interessante, em Lucas do Rio Verde. Estamos fazendo a implantação nesse momento. Lá existiam algumas brechas que dava para fortalecer a política de prevenção de perdas. Eles têm um compromisso de lixo zero na cidade, até 2030, junto com o objetivo dos desenvolvimentos sustentáveis, das ODS”, pontua Roseane.

Cada vez mais, a empresa prova que o social e o financeiro andam juntos, convertendo, a partir de ações que visam a melhora para a sociedade, lucro e economia para as empresas.
“A questão é trazer o retorno do investimento social para as empresas, assim elas se tornam mais motivadas a participar. Então, você economiza contratando o nosso serviço e vai ganhar também com impacto social, o que auxilia na sua reputação”, finaliza.
Planos e expectativas
A empresa espera, como participante do programa Nautilus, conseguir novas conexões e parceiros estratégicos, sempre lembrando dos ideais para qual a empresa foi fundada.
“Nossa meta é alcançar o crescimento saudável. Somos parceiros das empresas para que todo mundo consiga ter sua sustentabilidade financeira, buscamos o reconhecimento pelo que a gente faz, tanto na questão da insegurança alimentar quanto na gestão de estoque eficiente para prevenir perdas e dessa forma reduzir a insegurança alimentar”, projeta a fundadora.