O Plenarinho II da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) se transformou, na manhã desta quinta-feira (14), em palco de celebração, reconhecimento e perspectivas para o futuro. A solenidade marcou os 20 anos de criação da Associação Parque Tecnológico de Belo Horizonte, iniciativa que deu origem à estrutura física que hoje conecta empresas, universidades e poder público em prol da inovação.

Aberto ao público, o evento reuniu autoridades e representantes da academia, do setor produtivo e de instituições parceiras, reforçando a importância do BH-TEC como motor de desenvolvimento econômico, social e tecnológico para Minas Gerais.
Reconhecimento na Casa do Povo
A presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da ALMG, deputada Beatriz Cerqueira, destacou a relevância dos parques tecnológicos para a geração de emprego e renda no estado, parabenizando o BH-TEC por duas décadas de história e entregando a homenagem ao diretor-presidente do Parque, Marco Aurélio Crocco.

“Celebrar os 20 anos do BH-TEC em uma casa como essa tem muito significado”, afirmou Crocco, que também agradeceu o apoio da parlamentar e de todos os parceiros ao longo dos anos. “O BH-TEC tem muita história, muita gente e muita disposição”, complementa.
Um instrumento de transformação
Crocco ressaltou o caráter multifacetado do Parque, que atua como instrumento de políticas públicas da UFMG, da Prefeitura de Belo Horizonte, do Governo de Minas, da Fiemg e do Sebrae, impactando desde grandes empresas até micro e pequenos negócios.
Segundo o CEO, os números acumulados ao longo das duas décadas comprovam a relevância da atuação: mais de R$ 40 milhões captados para atividades institucionais, R$ 600 milhões em investimentos de empresas e laboratórios residentes, mais de 80 novos produtos e processos desenvolvidos e um faturamento conjunto superior a R$ 2 bilhões.
“É uma entrega que cumpre o que promete: criar um verdadeiro polo de desenvolvimento. E ainda temos muito mais o que fazer”, destacou Crocco.

Parcerias que impulsionam inovação
O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Carlos Alberto Arruda de Oliveira, afirmou que a instituição não existiria na forma atual sem o Parque. “O BH-TEC compõe a cadeia de valor da ciência, tecnologia e inovação. Ele faz a ponte entre o cientista e o empreendedor. Sem ele e sem os parques tecnológicos, não conseguiríamos realizar o nosso objetivo de tornar Minas um estado relevante em ciência, tecnologia, crescimento e inovação.”

Representando a Prefeitura de Belo Horizonte, o diretor-presidente da Prodabel, Fernando Augusto Silva Lopes, ressaltou a transversalidade entre poder público, empresas, academia e ecossistemas de startups. “O investimento tecnológico tem um potencial gigantesco de gerar não só novos produtos, mas também inovação social”, afirmou.

Inspiração e impacto
Para Felipe Queiroga Figueiredo, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, o legado do BH-TEC mostra o que é unir Estado, empresas e academia em prol da inovação. “Os números apresentados pelo Crocco são expressivos e inspiradores para outros parques. O Estado de Minas está alinhado com essas políticas porque sabemos que isso traz um diferencial enorme para a sociedade.”
Já Cynthia Nara, CEO da Pele Rara, empresa residente do Parque, ressaltou o apoio e a atenção aos detalhes que o BH-TEC oferece às empresas residentes. “Desde um espaço para o nosso estoque até os diagnósticos e aulas dos programas, nos sentimos acolhidos e valorizados. Hoje, participo de congressos no Brasil todo e, em todos os lugares, Minas Gerais e a UFMG são referência em inovação.”


Educação como base da inovação
O evento reuniu autoridades importantes na área da educação: o presidente do Conselho Administrativo do BH-TEC e professor da UFMG, Ruben Dário Sinisterra Millán, lembrou que 95% da tecnologia do país ainda está concentrada nas universidades. “Temos um potencial enorme e o BH-TEC mostra que este é um instrumento que dá certo. Precisamos de mais apoio das políticas públicas para gerar impacto”, comentou.
A pró-reitora adjunta de Pesquisa da UFMG, Jacqueline Takahashi, destacou a capacidade do Parque de dialogar com diferentes públicos. “O BH-TEC aprendeu uma linguagem que interage com pesquisadores, empresas, jovens e gestores públicos.”
Por fim, o vice-reitor da UFMG, Alessandro Moreira, reforçou que a pesquisa básica é a base da inovação e que o BH-TEC cumpre um papel fundamental ao construir essa ponte. “Além de impulsionar empresas e startups, o Parque desenvolve uma metodologia de inovação que ensina muito e gera impacto social e econômico.”



Duas décadas de resultados e novos desafios
Encerrando a cerimônia, as falas convergiram para um mesmo ponto: o BH-TEC já é referência nacional e internacional, mas seu futuro será ainda mais desafiador. A consolidação da inovação como política de Estado e o fortalecimento da conexão entre academia, empresas e governo seguem como prioridades para ampliar o impacto do Parque nas próximas décadas.