A partir da sua graduação em farmácia na UFMG, Cynthia Nara, CEO da Pele Rara, teve seu primeiro contato com pessoas portadoras de peles sensíveis. No primeiro momento, vendo a eficácia do seu trabalho desenvolvido para combater acnes, Cynthia percebeu a importância do cuidado da pele e fundou a Pele Rara. Hoje, a empresa é referência no tratamento e acompanhamento de quem tem pele sensível.
A Pele Rara é uma das empresas participantes do programa Conexões, iniciativa do BH-TEC em parceria com o Sebrae Minas.

Impacto inicial
“Eu prototipava muito no laboratório. Então, como os professores me viam muito envolvida nisso, eles começaram a me levar para outros lugares onde eu podia fazer mais produtos. Me levaram para a AMAVC (Associação Mineira do AVC), porque tinham muitas pessoas com problemas de ferida de pele, por estarem acamadas. A partir disso, comecei a entender a importância de uma pele mais forte para conseguir suportar alguns tratamentos”, conta Cynthia.
No final da sua graduação, Cynthia já desenvolvia outros protótipos farmacêuticos que eram testados nos hospitais. Com a vontade de colocar mais ativos na fórmula, a empresária se viu limitada pelas concentrações elevadas de ativos necessários para o feito adequado, que compromete “espaço” nas composições farmacêuticas. Assim, Cynthia buscou alternativas para contornar o problema e aumentar a capacidade de acomodar mais ativos sem comprometer a performance das composições.
“Foi por isso que eu fui estudar nanotecnologia. Fiz o mestrado nessa área e adaptei todas essas fórmulas que eu já tinha desenvolvido, adicionando os mesmos extratos naturais, porém, em nanopartículas. Inicialmente, o primeiro passo foi o estudo do escalonamento da tecnologia. Deu certo, e na sequência eu lancei os produtos já com as novas partículas dos ativos vegetais”, aponta.

Com o avanço da composição, a empresária abriu a Sympol Biotecnologia, focada, principalmente, em P&D. Com o sucesso da empresa, Cynthia guardou 100 mil reais, que foram investidos na criação da marca Pele Rara®.
Super dermocosmético/Tecnologia regeneradora
“A Pele Rara não é uma empresa de cosméticos. Ela é uma empresa que gira em torno do mercado de pele sensível e tudo que envolve esse tipo de pele. Acolhemos todas as pessoas que compram; a gente liga, a gente quer saber se ela está assistida e porque aquela pele sensível se desenvolveu, até para a gente também poder instruir na melhor conduta, que, inclusive, pode ser a não aplicação de nenhum produto naquela pele sem antes consultar um dermatologista.”
Atendendo desde bebês até idosos, a Pele Rara se destaca no auxílio às pessoas que possuem peles sensíveis e, além disso, aos seus cuidadores. Com um catálogo diversificado, a empresa une a nanotecnologia ao bem-estar da pele com as tecnologias BioCic e BioBloc.

“O BioCic é uma tecnologia de regeneração de pele, chamamos de Drug Delivery, que é quando você consegue colocar a droga, o ativo, dentro de uma nanopartícula e essa nanopartícula literalmente entrega onde deve ser entregue”, explica Cynthia antes de completar:
“O BioBloc é uma combinação de tensosativos que limpam a pele sem agredir, porque eles devolvem para a pele sensível exatamente o que a pele perde no momento da limpeza: os lipídios protetores”.

A tecnologia permite que os ativos naturais cheguem às principais células da pele, promovendo uma cicatrização mais veloz das superfícies sensibilizadas. A ação dos produtos é essencial durante tratamentos oncológicos e a sua utilização antes do início dos tratamentos reduz exponencialmente os danos.
Expandir para assistir
Além do laboratório, a Pele Rara dá assistência, doa amostras e faz ações para o benefício de quem sofre com a sensibilidade da pele. Colaborando com diversos públicos, a empresa contribui na AMAVC, no Hospital da Baleia e, em casas de acolhimento do público LGBTQIAPN+, onde a empresa promove a educação aos transexuais que terão a pele afetada durante a transição.

Visando o futuro, Cynthia planeja criar o Instituto Pele Rara, destinando 5% de todo o faturamento da empresa a ações sociais. Além disso, ela planeja a expansão da marca em todo o território nacional.
“Eu quero estar em todo o Brasil no varejo. Então, os médicos precisam conhecer a tecnologia, indicar e o paciente ter onde comprar. Em 2026, o plano é realizar divulgação científica da tecnologia, para gerar demanda para a drogaria. É isso que a gente vai trabalhar agora, na divulgação científica, nos resultados”
Do Laboratório para o escritório

Cynthia enxerga o Conexões como peça importante para o crescimento da empresa e avalia que as consultorias dadas pelo programa são fundamentais no aprendizado de como gerenciar um negócio.
“Um grande desafio foi a desconstrução de uma farmacêutica pesquisadora para uma empresária. Isso é muito difícil. Você tem que desconstruir uma mentalidade tanto pessoal quanto profissional e aprender muitas outras coisas”, conta, antes de completar:
“E o Conexões faz isso com a gente, com o diagnóstico preciso, ele nos estimula a ter uma visão mais holística de tudo: do mercado, dos canais de venda, do branding, da comunicação, do produto… Então, está sendo muito legal por causa disso. Como sempre, o BH-TEC inovando”.





