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João instalando aparelhos de segurança em locomotivas

Harpia Harpyja: A revolução da segurança industrial através da automação

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Criada com a vontade de solucionar atropelamentos e abalroamentos em linhas férreas, a Harpia Harpyja cresceu e hoje também busca dar segurança para os operários que trabalham em altura. Ao utilizar ferramentas como a Internet das Coisas (IoT), a Harpia conecta segurança e modernidade com seu produto pioneiro.

João em frente a uma locomotiva
Com participação na indústria mineradora, siderúrgica e ferroviária, a Harpia une tecnologia e proteção | Harpia Harpyja/Divulgação

Conheça agora a história da Harpia Harpyja, empresa mineira que em pouco tempo já leva segurança, através de tecnologia, a grandes empresas.

Promissor desde o início

Com formação em engenharia de controle e automação na UFMG, João Vitor Moraes, CEO da Harpia Harpyja, passou anos na área de automação residencial, quando teve a oportunidade de trabalhar em uma fabricante de locomotivas.

Após se dedicarem à indústria ferroviária, João e sua irmã Ana Cerulia Moraes fundaram a Harpia Harpyja.

“A Harpia surgiu em 2020, através de um programa de inovação aberta feito pela Rumo, uma empresa ferroviária. Eles propuseram alguns desafios para evitar atropelamento e abalroamento em linhas férreas”, inicia o atual CEO da empresa, antes de finalizar:

“Eu trabalhava com a minha irmã em home office e, juntos, decidimos fazer uma proposta para esse desafio de inovação. Essa proposta foi aceita, nós fomos os vencedores, e a partir dali a gente começou a desenvolver esse projeto”.

O sistema desenvolvido era um drone que funcionava como batedor do trem: sobrevoava à frente da locomotiva e alertava o maquinista sobre a presença de obstáculos nas passagens em nível.

João e Ana foram vencedores do programa da Rumo, com a inovadora estratégia de segurança ferria que utiliza drones para antecipar e avisar se há objetos bloqueando a passagem de nível
Drone e equipe que garantiram o primeiro reconhecimento da empresa | Harpia Harpyja/Divulgação

Tecnologia e segurança

Depois da premiação, João viu que a tecnologia utilizada poderia ser aproveitada em outros segmentos – e foi bem aí que a Harpia expandiu seus negócios.

CEO João Vitor Moraes e sócios da Harpia Harpyja posam para foto
João Vitor (à direita) ao lado dos sócios da Harpia Harpyja | Arquivo pessoal

“A tecnologia de Internet das Coisas pode ser usada de uma forma muito mais abrangente. Vimos que conseguiríamos solucionar outros problemas da indústria, utilizando a mesma tecnologia e o mesmo know-how, não só para a indústria ferroviária”, afirma o CEO.

“Então, a gente acabou partindo para esse tipo de segmento de cliente, que é a indústria de forma geral” .

Aplicando a IoT, a Harpia desenvolveu seu principal produto, o Hamo.

“É um sensor que criamos, que é colocado em ganchos talabarte para trabalho em altura. Esse sensor é capaz de detectar se os operadores estão utilizando o equipamento de proteção de forma adequada ou não, avisando tanto o próprio operador quanto os supervisores técnicos de segurança, para que eles possam tomar uma ação em tempo real de prevenção do acidente”, explica João.

Gancho e sensor Hamo. O sensor alerta caso o operador não fechar o gancho de maneira correta, evitando acidentes
Com depósito de patente em processo de aceitação, o Hamo é pioneiro no Brasil | Harpia Harpyja

O Hamo já faz parte do procedimento de segurança de empresas como a ArcelorMittal, CSN e Vale. O acidente de trabalho em altura é uma das maiores causas de morte em trabalho no Brasil e o sensor ajuda a prevenir acidentes.

“O nosso equipamento não é só para ser um dedo duro que está criando motivo para demitir alguém. Ele está ali para lembrar que todo mundo é humano, todo mundo erra. O impacto que a gente quer é diminuir esses acidentes em altura a ponto de eles saírem ali dos rankings de acidentes que mais matam no Brasil”, disse.

Talento de casa

Harpia Harpyja, popularmente conhecido como Gavião Real, representa a vontade da empresa de desenvolver uma tecnologia brasileira. A ave representa o nacionalismo e a força que a empresa traz consigo.

“Um dos pilares que carregamos é o desejo de desenvolver tecnologia no Brasil, de contribuir para que o nosso país deixe de ser um país só de exportação de commodities, etc., para a gente ter uma tecnologia que a gente consiga internacionalizar e que seja referência”, reforça João Vitor Moraes.

João autografa bandeira de Minas Gerais em evento de tecnologia
Com desenvolvimento mineiro e brasileiro, empresa contribui para o aumento de segurança dos trabalhadores | Harpia Harpyja/Divulgação

“Acreditamos que a mão de obra brasileira é muito boa, é um grande diferencial. Somos muito bons e temos que aprender a valorizar mais isso, o nosso povo, a nossa inteligência, a nossa formação, a UFMG – uma universidade fantástica a nível internacional”.

Planos para o futuro

Todo o desenvolvimento é produzido pela própria Harpia, desde o hardware até a entrega dos dados aos clientes. Planejando potencializar o crescimento e fabricação do produto, João almeja atingir, já nos próximos anos, o TRL9 (nível mais alto de maturidade que indica que a tecnologia funciona e está pronta para a comercialização).

Conexões com o futuro

A Harpia Harpyja é uma das participantes do programa Conexões, inciativa do BH-TEC em parceria com o Sebrae Minas. João vê a parceria com o Parque como crucial para solidificar a empresa como potência nos próximos anos.

João segurando a bandeira do SEED, pro
O CEO da empresa vibra ao valorizar a ciência nacional e mineira | Arquivo pessoal

“O Parque Tecnológico de Belo Horizonte é referência em quase todos os lugares que a gente vai. Então, ser uma das empresas parceiras do BH-TEC já nos traz um peso, já é uma carta de apresentação muito forte para a gente”.

João em evento da FIEMG Lab
Durante sua formação, João fundou uma empresa incubada pelo INOVA, programa de incubação da UFMG | Arquivo pessoal

“O Conexões cria um vínculo mais forte com a universidade. Participamos do OutLab recentemente. Então, é um diferencial que eu não vi em outros programas, esse vínculo com a academia”, finaliza. 

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