A Massalas tem como missão tornar a gestão de resíduos orgânicos mais eficiente e sustentável para empresas e indústrias. Com operações que combinam logística, tecnologia e educação ambiental, a startup oferece soluções que ajudam clientes a reduzir desperdícios, cumprir metas de descarbonização e impactar positivamente o meio ambiente.
Uma solução que faz a diferença
Atualmente, a Massalas atende cerca de 70 clientes, entre os quais Carrefour, Sam’s Club, Shopping Del Rey, Vale, Petronas e Toshiba. Na prática, a Massalas oferece um serviço completo de coleta, registro e destinação de resíduos orgânicos.
O processo começa dentro da cozinha do cliente, com treinamento de equipes e definição da frequência de coleta. Tudo é registrado em um aplicativo de roteirização, que é disponibilizado para os gestores, cujos dados alimentam um dashboard em Power BI.

“Esse acompanhamento dá transparência e mostra claramente o impacto: quanto resíduo foi coletado, quanto de CO₂ deixou de ser emitido. É uma ferramenta poderosa para as empresas que buscam metas de descarbonização e aterro zero”, explica Guilherme Pacheco, sócio-fundador da empresa.
O processo
Depois da coleta, os resíduos são levados a estações de transbordo, onde passam por uma triagem para retirada de materiais que não são orgânicos. Em seguida, são encaminhados a pátios de compostagem parceiros da Massalas, que transformam o material em adubo de qualidade.
Esse modelo, hoje terceirizado, permite que a empresa concentre seus esforços na logística — que é o maior custo da operação e também onde está a sua principal expertise.


“Nosso foco hoje é o médio gerador, principalmente indústrias que têm metas de aterro zero e de sustentabilidade. O que fazemos é garantir que esses resíduos sejam coletados de forma segura, higienizados e destinados corretamente, com total transparência para os clientes”, reforça Pacheco.
A mais nova realização da empresa foi a aquisição de um caminhão de coleta mecanizada. Dessa forma, é possível atender clientes que geram até 5 toneladas de resíduos por mês, aumentando a eficiência e segurança do processo logístico.


Desafios que moldaram o negócio
O caminho que a Massalas trilhou para chegar até aqui não foi fácil. Logo no início, Guilherme e Filipe Maciel, os sócios-fundadores, enfrentaram dificuldades financeiras para estruturar o negócio, contando muitas vezes apenas com recursos próprios.
Entre 2019 e 2020, a startup passou por um momento crítico quando uma enchente em Belo Horizonte inundou o pátio de compostagem, destruindo toda a estrutura que haviam montado.
“Foi um momento de loucura. Nosso pátio foi completamente carregado pela água e pela lama, com até seis metros de altura em alguns pontos. Precisamos encontrar parceiros e soluções rápidas para não interromper a operação, e isso exigiu muita criatividade e resiliência da equipe”, relembra Guilherme.


A pandemia em 2020 também impactou significativamente o faturamento, fazendo com que a Massalas reavaliasse o modelo de negócio e voltasse a atender residências antes de retomar a operação B2B em shoppings e indústrias.
Planos para o futuro
A empresa é uma das participantes do Conexões, o programa de pós-aceleração do BH-TEC com o Sebrae Minas. “Ser selecionado para o Conexões é uma grande satisfação. Empreender pode ser solitário, e participar do programa nos dá oportunidade de compartilhar desafios e conquistas com outros empreendedores, além de validar nosso trabalho”, comenta Guilherme.


Com o objetivo de expandir a operação para outras localidades e abrir uma nova frente de venda de fertilizantes, a Massalas sonha grande. Hoje, a capacidade de processamento é de 200 toneladas/mês, mas os fundadores projetam chegar a 350 a 500 toneladas/mês para viabilizar a expansão.
“Somos muito sonhadores. Queremos levar nosso modelo para todo o Brasil e, ao mesmo tempo, desenvolver soluções complementares que contribuam para a economia circular e o meio ambiente”, conclui Guilherme.