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Equipe da Abundance posa para foto

Inovação verde: Abundance Brasil quer transformar acesso ao mercado de carbono

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Transformar o mercado de carbono em um ambiente mais acessível, ágil e transparente para pequenos e médios proprietários de terra. É com esse propósito que a Abundance Brasil atua. Participante do programa Conexões, a startup foi fundada pelo engenheiro de produção Pedro Miranda em 2020.

“Eu já trabalhava com tecnologia, mas queria criar algo que gerasse abundância para as pessoas e para a natureza. A ideia do negócio ganhou forma em uma conversa com meu pai, que sonhava em plantar uma floresta de árvores nativas no Sul de Minas”, relembra Miranda, antes de complementar:

“Como o projeto teria um custo alto, pensei em transformar cada árvore em um token, garantindo transparência e viabilizando a comercialização com empresas interessadas em compensar suas emissões”.

Área reflorestada pela Abundance
Empresa tem como negócio tornar rentável o cuidado com o nosso planeta | Abundance/Divulgação

A proposta rapidamente evoluiu para um negócio de base tecnológica com forte potencial de impacto socioambiental. Em 2022, a Abundance Brasil realizou suas primeiras vendas de créditos de carbono e deu início ao desenvolvimento de soluções para monitorar florestas com mais eficiência.

A partir daí, vieram importantes marcos: a entrada no Cubo Itaú, em São Paulo, a seleção para a COP 28, em Dubai, e, mais recentemente, a aprovação no programa AI for Nature, do Google.

Impacto econômico e social

Hoje, a empresa se empenha para ir além da tecnologia: trata-se de criar um modelo mais inclusivo de acesso ao mercado de carbono, capaz de beneficiar pequenos e médios proprietários de terra.

CEO da Abundance palestra em evento sobe reflorestamento
Pedro Miranda, fundador e CEO da Abundance | Divulgação

“Existe um grande hiato entre ter uma área preservada e conseguir transformar isso em ativos comercializáveis. Nossa solução democratiza esse processo e ajuda a destravar recursos financeiros para quem, muitas vezes, acha impossível acessar esse mercado”, afirma Pedro.

Inovação para acelerar a restauração ambiental

A solução desenvolvida pela Abundance Brasil combina análise geoespacial, inteligência artificial e blockchain para realizar a verificação de ativos florestais, com custos até 95% menores em relação aos métodos tradicionais.

Computador que mostra a área reflorestada
Uma das tecnologias desenvolvidas pela Abundance é a análise de dados geográficos integrados ao Google | Abundance/Divulgação

“De forma prática, estamos criando uma ponte que facilita a entrada de pequenos e médios produtores no mercado de carbono. Nossa tecnologia reduz barreiras e amplia o acesso a oportunidades de financiamento e geração de valor a partir da restauração e conservação florestal”, explica Pedro Miranda.

A plataforma utiliza dados geográficos, integrados ao ecossistema do Google, para mapear propriedades e identificar o potencial de geração de créditos de carbono. As informações são processadas por modelos de IA e armazenadas em blockchain, garantindo rastreabilidade e transparência em todas as etapas.

Crescimento com impacto positivo

Atualmente, a Abundance Brasil já monitora cinco florestas e comercializa créditos para 80 empresas. “A meta é chegar a 100 florestas monitoradas e 200 empresas clientes”, explica Pedro.

Para isso, a startup aposta em expansão tecnológica e comercial. Uma das iniciativas previstas é a realização de uma análise massiva de propriedades rurais em todo o Brasil, em parceria com o Google, para identificar automaticamente áreas com potencial de geração de créditos de carbono. 

Abundance fecha parceria com o Google. Integrantes da equipe posam junto à logo da empresa americana
Parceria com o Google representa uma nova etapa da empresa, com o levantamento de propriedades pelo país | Abundance/Divulgação

O plano de longo prazo é gerar valor a partir de 1 bilhão de árvores até 2030, o equivalente a 1 milhão de hectares de áreas monitoradas.

Experiências que fortalecem o ecossistema mineiro

A participação no programa Conexões marca também o retorno de Pedro a Belo Horizonte, sua cidade natal, após uma temporada empreendendo em São Paulo.

“Voltar para BH tem sido muito positivo. O programa Conexões me aproxima novamente do ecossistema de inovação local e me permite trocar experiências com outros empreendedores ao longo das dinâmicas”, destaca.

Segundo ele, as atividades promovidas pelo programa, como encontros presenciais, mentorias e eventos de integração, têm gerado oportunidades de parceria. 

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