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cena documentário Verter

O caminho das águas: Documentário ‘Verter’ transforma ciência em cinema e alerta para riscos ao abastecimento de BH

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A ciência, a arte e a defesa da vida se encontram no documentário ‘Verter’, uma produção recente da Diretoria de Divulgação Científica (DDC) da UFMG, por meio do Centro Virtual da Memória da Extensão (CEVEX), a partir de parceria com o Laboratório de Inteligência em Divulgação Especializada em Ciência, Tecnologia e Inovação (Rede Lide em CT&I). 

O filme une pesquisa científica, extensão universitária e narrativa audiovisual para mostrar como a preservação da Serra do Gandarela tornou-se uma questão de sobrevivência. Este ecossistema é responsável por fornecer 70% da água para BH e 40% para o entorno, com águas de qualidade excepcional, classificadas como de “classe especial”. A ameaça iminente a este manancial vital é o megaprojeto de mineração Apolo, da Vale, que planeja extrair 14 milhões de toneladas de minério de ferro por ano na região. 

Lançado recentemente e publicado no canal da TV UFMG, no Youtube, ele propõe uma reflexão urgente: de onde vem a água que abastece milhões de pessoas na Região Metropolitana de Belo Horizonte — e o que ameaça sua existência.

As vozes dos moradores do distrito de André do Mato Dentro, que vivem e dependem diretamente das nascentes da Serra do Gandarela, guiam a narrativa e se entrelaçam às análises de pesquisadores e às paisagens do último território não minerado do Quadrilátero Ferrífero. 

“Neste mês, temos a COP 30 e é importante dizer que o documentário traz uma questão que a COP – que é um encontro que tem a presença muito forte das grandes empresas – não consegue abordar: que é a verdade dita pelas comunidades, pelos moradores, que é a escuta dessas pessoas”, analisou Pedro de Filippis, cineasta e bolsista da Rede Lide.

“Verter” refaz o caminho das águas para estruturar sua investigação. Partindo do uso da água na cidade de Belo Horizonte, o filme percorre o trajeto inverso até a sua fonte, revelando a importância crítica da Serra do Gandarela para o abastecimento de milhões de pessoas na capital e em sua região metropolitana. 

Mais do que denunciar, o filme busca conectar o espectador ao valor da água e à interdependência entre cidade e natureza — reforçando que o debate sobre mineração, sustentabilidade e gestão de recursos hídricos diz respeito a todos.

“Estamos sempre flertando com a escassez hídrica e não temos consciência do que nos abastece, dos riscos que esse abastecimento corre. Para fazer o documentário, tivemos contatos com pesquisadores voltados para essa área e vimos, com um viés científico também, como esse risco se aproxima da nossa realidade”, disse Rita Boechat, cientista social e bolsista da Rede Lide. 

Divulgação científica

“O documentário é resultado de um trabalho muito potente, que amplifica olhares, histórias, existências e resistências e a todo momento nos mostra a presença nesses territórios. Para a universidade, é a oportunidade de reafirmar seu compromisso político, ético, social. A prática extensionista nos possibilita esse fortalecimento”, disse o professor André Luiz Freitas Dias, diretor de Divulgação Científica da UFMG e coordenador do núcleo Rede Lide em CT&I na universidade.

A Rede Lide em CT&I é um projeto em rede financiado pela Fapemig integrado pelo BH-TEC, UFMG, Fiocruz Minas, Parque Tecnológico de Viçosa (tecnoPARQ) e Biominas Brasil. O projeto aposta na comunicação conjunta para promover a divulgação científica no Estado de Minas Gerais nas suas mais diversas formas e possibilidades.

Ficha técnica completa:

REALIZAÇÃO 
Centro Virtual da Memória da Extensão (CEVEX) 

Coordenação 
Débora Reis
Verona Campos Segantini 

Secretário Executivo 
Marcelo Pereira 

Equipe:
Pedro de Filippis e Rita Boechat (bolsistas do Projeto Rede Lide em CT&I), Giovanna Gimenez, Ana Cristina Amorim, Eduardo Bresolini, Graziele Nazor e João Pedro de Castro 

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